sábado, 16 de janeiro de 2010

O auge do relativismo

Uma das características mais marcantes da nossa época é o relativismo de todos os conceitos e noções políticas, culturais, éticas e estéticas. Não há mais qualquer noção de "bem" ou "mal", de "certo" ou "errado", de "belo" ou "feio" que seja aceita sem contestações por uma parte significativa de uma nação ou de uma sociedade. O "tudo é relativo" de Albert Einstein transformou-se na síntese, no emblema mais característico de nossos dias.

É claro que tudo foi sempre relativo. Porém, mais do que em qualquer outra fase da história, todas as certezas são hoje colocadas em questão no instante mesmo em que são enunciadas. Se em épocas anteriores eram necessários longos e dolorosos processos para que os homens abandonassem suas crenças, seus princípios morais e sua fé, hoje questiona-se o próprio sentido de se adotar ou defender qualquer sistema de valores. Tudo parece muito ligeiro, frágil, provisório e precário. "Tudo o que é sólido se desmancha no ar", disse o escritor americano Marshall Berman, da peça Tempestade, de William Shakespeare. Esta é uma descrição exata de nossos tempos.

Até mesmo as identidades sexuais e biológicas tradicionalmente aceitas foram colocadas em quetão. Entre o típico heterossexual masculino e feminino, Adão e Eva, há hoje uma quase infinidade de tipos - do bissexual ao assexuado, passando por travestis, homossexuais andróginos, transssexuais, drag queens, etc. A engenharia genética, de sua parte, poderá tornar possível a multiplicação de clones humanos, isto é, a fabricação em série de indivíduos idênticos. Com isso, a ciência poderá eliminar definitivamente a noção de transmissão hereditária natural de genes após geração.

Um comentário: